Ásia, Índia

A Índia pelos olhos da Maria

21 fev 2015 • por Natalia Goes • 0 Comentários
A Maria é assim como nós: adora viajar! Ela acabou de retornar de sua viagem a Índia, o segundo país mais populoso do mundo, e topou escrever para o Profissão Turista como foi a sua experiência. Os detalhes estão no texto a seguir. Enjoy! 😉

A Índia pelos olhos da Maria

por Maria Drumond

Viver na Índia foi muito difícil: difícil de me despedir, difícil de ir embora. Decidi ir pra Índia fazer voluntariado pela Aiesec mais ou menos em setembro do ano passado, e a ansiedade só foi aumentando com os meses. Eu realmente não sabia com o que ia me deparar por lá.

Morei por seis semanas em Goa, um microestado colonizado por Portugal. É diferente do resto do país, mas ainda assim é um choque cultural tremendo. Tudo lá é diferente, desde a forma de se vestir até a forma de comer. A religiosidade também é muito forte e você encontra vários tipos de construções de adoração: templos, mesquitas, igrejas, etc.

Lá em Goa o idioma oficial é o inglês e o dialeto local é o konkani. Nas escolas eles aprendem os dois, então tudo que é oficial é tratado em inglês, como palestras, etc. Só as pessoas bem humildes, que não tiveram acesso à escola, não falam inglês (por exemplo alguns feirantes). Mas não é uma dificuldade se comunicar, pois mesmo os que não falam inglês conseguem entender o básico.

A comida é bem apimentada e eles comem com a mão direita. Comem tudo com a mão. E comem tudo com pão, geralmente o roti ou o naan. O chai também é cultural. Eles bebem na mesma frequência que a gente bebe o ”cafézinho” no Brasil.

O custo de vida é absurdo de barato pra quem viaja pra lá. Uma garrafa de 1 litro de água, por exemplo, custa 20 rúpias (1 real=25 rúpias). E dá para barganhar o preço de tudo nas feiras e lojas. Um vestido que me ofereceram por 650 rúpias eu levei por 200. Sempre barganhe, eles colocam o preço lá no alto quando percebem que é turista.

A Índia é um tapa-na-cara e uma lição de vida. Posso dizer com toda a certeza que a maior bagagem que eu trago de lá está dentro de mim e, principalmente, dentro do meu coração. A energia daquele lugar é inexplicável e tudo o que eu aprendi vou levar comigo para o resto da vida.

Morjim Beach

Bem, vou falar um pouco sobre os lugares que passei e dar algumas dicas.

Em Goa, o mais incrível são as praias. Quem for pra lá não pode deixar de ir a Arambol, Baga, Calangute, Benaulim, Vagator e Morjim. E as praias lá são bem diferentes do que a gente vê aqui no Brasil: O costume é deitar em esteiras com colchões e barracas e ficar degustando a comidinha dos quiosques. É bem tranquilo.

Benaulium Beach, em South Goa
Goa é um microestado dividido em várias cidades pequenas. Panjim é uma delas, e uma das principais de Goa. O centro de Panjim também é imperdível, vale ”perder” um dia lá. A arquitetura portuguesa e as ruas, que parecem cidades como Paraty, são o charme do lugar.

Por incrível que pareça é bem fácil viajar pela Índia. Tem trem e ônibus pra tudo quanto é lugar lá, de norte a sul do país.

O famoso tuk-tuk
A partir de Goa é possível fazer um bate-volta na cidade de Humpi, que fica no estado de Karnataka. Humpi é a cidade inspiradora da lenda de Mogli, o menino-lobo: a história se passa lá. O lugar é cheio de templos, a maioria gratuitos. Existe um rio que divide a cidade: de um lado a parte ”histórica”, com os templos e do outro as pousadas, festas, etc. Para atravessar o rio é preciso pagar 10 rúpias. As passagens de ônibus pra Humpi custam por volta de 2000 rúpias, ida e volta, o que dá em torno de 160 reais.
Humpi, Karnataka
Também passei por Mumbai e Agra, a terra do Taj Mahal. Um dia em Agra é suficiente, lá não tem muita coisa para fazer e é bem poluído. Peguei um trem de Goa a Mumbai (12 horas) e outro de Mumbai a Agra (24 horas, que viraram 29). Dica: compre com antecedência. E compre a classe sleeper a/c, é um pouquinho mais cara mas vale a pena, tanto pela segurança quanto pelo conforto.

O ingresso do Taj Mahal custa 750 rúpias para estrangeiros e é bem tranquilo comprar na hora (minha dica é comprar no guichê que fica a 1km do Taj, é bem mais vazio, e você tem direito a um ônibus que te leva até a entrada).

​Taj Mahal, Agra- Uttar Pradesh
Mumbai não me apeteceu muito. Talvez um dia eu volte e faça as pazes com ela.

Sobre o resto… Sim, a Índia é tudo isso que a gente vê nos filmes e muito mais. Mas 98% das pessoas que eu encontrei lá têm um coração enorme.

Eu espero poder voltar brevemente e fazer um mochilão em todos os lugares incríveis que eu não consegui ir: Jaipur, Rishikesh, Varanasi, Kerala. Enquanto isso fico só na esperança de um dia conseguir trazer meu coração de volta pra cá.

Pra quem tiver curiosidade, na minha página do Facebook eu posto alguns relatos da minha viagem, além de dicas e roteiros para outros lugares também. Além do Facebook, há também informações em meu perfil do Instagram. Afinal, #somostodosloucosporviagens. Até a próxima!

Agradecemos a Maria pelo carinho e gentileza em escrever este texto incrível relatando a sua experiência em um destino ainda tão desconhecido para muitos. Adoramos, Maria!





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